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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O poder do tempo

Com o passar do tempo, entendi que o tempo tem seu próprio tempo. O tempo nada mais é que um passageiro em nossas vidas. Ou aproveitamos o tempo ou o perdemos. O tempo tem o poder de limitar o meu tempo. Minhas escolhas de como tratar o tempo é o que realmente importa. Dessas escolhas resultam mais ou menos tempo. Ou melhor, mais ou menos intensidade naquele que faço ou entrego.

Queria que o tempo não fosse tão severo. Pudera voltar no tempo e recuperar o tempo perdido. No entanto, o tempo permite que eu reflita sobre o tempo e escolha o tempo certo para fazer tudo o que é importante, no seu tempo. Nunca antes. Nunca depois.

Vale refletir sobre o tempo e ser mais leve com ele. Aproveitar cada tempo disponível e aumentar o tempo necessário para realizar tudo o que for possível.


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Excelência no Atendimento

Um bom atendimento é essencial para manter a satisfação e a fidelidade do cliente, seja em que ramo de negócio for. O cliente nunca deve sair da empresa com a impressão de que foi mal atendido. Isso porque uma pessoa pode contar sua experiência negativa (ou positiva) a diversas outras, que contarão a outras, e assim por diante. A função de atender jamais pode se mostrar rotineira. É um erro sério definir o atendimento ao cliente como trabalho de rotina. Esse pensamento acaba reduzindo a importância dessa função e inibindo a capacidade criativa de quem o executa. A “rotineirização” da tarefa atendimento é prejudicial para o funcionário e, logo, para a empresa, pois o cliente seria apenas mais um no meio de toda uma gama de clientes. Ao contrário, todo cliente exige um tratamento diferenciado, pois cada um tem necessidades diferentes. O importante é fazê-lo se sentir especial.

Veja algumas dicas para manter um bom relacionamento com o cliente:

Seja consciente e cortês: Atenda bem a qualquer pessoa que se dirigir à sua empresa. Para isso, esqueça seus próprios preconceitos. Pare de formar impressões antecipadas e distorcidas dos clientes. O tratamento “senhor” ou “senhora” deve ser dirigido mesmo a jovens, a não ser que o cliente o autorize a chamá-lo por “você”.

Dê as boas-vindas: Cumprimente a todos com um sorriso. Esse é um modo de nos mostrarmos agradáveis e receptivos, o que facilita o contato com o cliente. Sempre que possível, chame-o pelo nome, procurando pronunciá-lo corretamente.

Atenda de imediato: Nunca deixe uma pessoa esperando, principalmente se o serviço que estiver fazendo não tiver relação com o assunto que o cliente irá tratar. Para quem espera, um minuto torna-se uma eternidade. Há pessoas que aguardam por dois minutos, e depois são capazes de dizer que esperaram por mais de dez! No entanto, após ter sido inicialmente atendida, a pessoa aguarda com mais calma.

Exemplo: uma cliente aguarda o atendimento do caixa, enquanto este está procurando o bloco de notas para usá-lo. Neste caso, é bem mais simpático que o caixa olhe para a pessoa e diga: “um momentinho, já vou atendê-la”, em vez de nada dizer. Assim, ela fica ciente de que já foi vista e não se sente rejeitada.

Demonstre boa vontade: Mesmo fora de seu setor, cumprimente a todos. Não só os colegas de trabalho, mas também os clientes. A gentileza não precisa se restringir ao setor de atuação, mas pode (e deve) se estender a toda a empresa. É sempre gratificante para o cliente ser reconhecido e cumprimentado.

Dispense muita atenção ao cliente: Faça com que ele se sinta bem-vindo. Trate-o como alguém importante para a empresa. Comentários agradáveis valorizam a relação, mas nunca fale além do necessário, dê tempo para que ele explique o que deseja.

Aja com rapidez: O tempo é um fator importante na hora do atendimento. Geralmente, o cliente quer que sua necessidade seja satisfeita o mais rápido possível. Porém, cuidado para não passar a impressão de que você deseja se ver livre dele rapidamente. Não confunda rapidez com descaso!

Preste orientação segura: Muitas vezes o cliente fica inibido diante do funcionário, por isso, deixe o cliente à vontade e lhe preste um atendimento eficiente, orientando-o em sua compra de maneira clara e educada. Iniciar o contato com uma expressão do tipo “em que posso servi-lo, senhor?”, é sempre bem aceita.

Evite termos técnicos: Se você conhece a terminologia técnica dos produtos que lida, deve abster-se de usá-los quando se dirigir aos clientes, sob o pretexto de confundi-los. Isso poderia causar incompreensão e constrangimento ao cliente. Abreviações e siglas também devem ser evitadas. O ideal é usar expressões simples, pronunciadas em voz moderada e clara. É importante que tenha paciência caso a pessoa queira uma informação. Se isso acontecer, repita-a quantas vezes forem necessárias. As pessoas não são culpadas por deixar de entender determinada expressão.

Jamais dê ordens: Nunca, nunca mesmo, dê uma ordem ao cliente. Ninguém gosta de ouvir algo como “o senhor tem de assinar aqui”. Uma expressão cordial tem mais valor: “por favor, o senhor poderia assinar nesta linha?”.

Chame o chefe em casos especiais: Diante de um cliente autoritário, que acha que é dono da verdade, tente usar de sua habilidade para atendê-lo da melhor forma e para contornar qualquer mal-entendido. Caso perceba que uma determinada situação pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente.

Evite atitudes negativas: Expressões negativas tendem a criar um clima negativo. O ideal é evitar expressões como: “não pode”, “está errado”, “não deve”.

Fale a verdade: Nas informações prestadas ao cliente, a verdade é extremamente importante. Mesmo sendo desagradável, é preferível assumir uma falha, a passar ao cliente a impressão de que esconde informações ou omite problemas.

Dê atenção às reclamações: Fique atento a qualquer reclamação, queixa ou sugestão vinda do cliente e encaminhe-as ao superior imediato para verificação.

Demonstre simpatia, como um bom cartão de visitas: Lembre-se de que sua imagem corresponde à da empresa. Cuide de sua aparência e vestuário, para que esteja sempre apresentável, mantendo-o limpo e bem cuidado, e do seu material de trabalho, mantendo-o organizado. Use palavras cordiais e dê informações corretas.

Garanta qualidade para seu ambiente de trabalho: Faça a manutenção diária da limpeza e cuide dos móveis e objetos de trabalho. Deixe sempre à mão os objetos de que necessita. Em um ambiente limpo e organizado, todos desempenham melhor suas funções.



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pós-graduação: como saber se está na hora de galgar esse degrau na carreira?

Alguns preferem emendar com o término da graduação; outros indicam um pouco mais de experiência profissional. Saiba como identificar o momento certo para começar uma pós-graduação lato sensu e as áreas mais procuradas em Administração

Eber Freitas, Revista Administradores, 
Shutterstock
Quatro anos após a conclusão do curso universitário em Administração, Umberto Rosti, que já trabalhava com auditoria e consultoria em Tecnologia da Informação, decidiu partir para um MBA em Gestão de TI. A óbvia motivação para ascender ao nível gerencial da empresa onde trabalhava e a necessidade de adquirir conhecimentos e habilidades na área foram os fatores que mais influenciaram Umberto, que hoje tem o seu próprio negócio.
“A pós foi um elemento essencial para que eu fosse promovido a gerente na época, e com certeza foi o que me incentivou a ser um empreendedor, a identificar uma oportunidade e iniciar uma empresa do zero”, relata o empresário, sócio-fundador da SafeWay Consultoria.

A história de Umberto aponta um caminho que muitos profissionais e recém-formados estão tomando: continuar os estudos através de uma pós-graduação. No entanto, a dúvida comum de boa parte dessas pessoas é saber qual é o melhor momento para fazê-lo.

Esse timing de quando iniciar uma pós-graduação, segundo especialistas, vai depender de inúmeros fatores tão particulares que apenas o próprio profissional será capaz de saber precisamente a hora de iniciar. Mas é preciso ter critérios e ser cauteloso ao escolher o momento certo e, acima de tudo, a melhor área para atuar. A primeira falácia que deve ser evitada é a de que qualquer pós-graduação serve e o que importa é incrementar o currículo.

Atitude certa, motivação equivocada

Apesar de concordar com o fato de que a exigência do mercado é um critério que pesa muito na hora da decisão, o professor João Paulo dos Santos acredita que a principal motivação deve ser a busca por conhecimento. "As pessoas precisam se empenhar e estudar continuamente. A essência da busca de um programa de pós é aumentar conhecimentos para que você possa ter uma condição melhor", diz.

Esse foi o critério utilizado pela assessora de imprensa Clara Marinho. Formada em Jornalismo há três anos, ela iniciou recentemente uma especialização na área em que atua. O motivo: "queria algo mais prático que me ajudasse diretamente no meu atual emprego. O que me foi passado na universidade por muitas vezes se tornava escasso no dia a dia e sentia sempre a necessidade de ter, em teoria, aquilo que eu vinha colocando em prática".

É por isso que os planos para uma especialização ou MBA devem estar alinhados com o planejamento de carreira do profissional. As qualificações aleatórias, feitas sem critério, em vez de monetizar o conhecimento e levar a cargos mais altos, podem criar funcionários insatisfeitos com o atual posicionamento, cheios de teorias acumuladas, porém incapazes de assumir postos estratégicos nas empresas. Em outras palavras, operacionais muito inteligentes, mas apenas operacionais.

Suprindo deficiências...

De acordo com o último censo do Ensino Superior, realizado em 2010 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil conta com 29.507 cursos de graduação em 2.377 instituições de ensino superior públicas e privadas. Elas atendem a mais de 6,3 milhões de alunos, contando com apenas 345 mil professores.
Somando-se a esse cenário a evidente deficiência estrutural das universidades públicas e o baixo conceito obtido por diversas instituições, não é difícil inferir que nem sempre um curso superior forma um profissional completo. E para suprir eventuais falhas na formação, uma pós-graduação pode ser fundamental.

A consultora de RH Sônia Nakabara também acredita que uma boa escolha justifica o investimento de tempo e dinheiro em uma pós. "Fazer por fazer também não dá. Apesar de ser uma exigência, ela tem que agregar alguma coisa. Tem gente que faz uma pós atrás da outra para ficar atualizada no mercado, mas isso tem que ser feito pelo conhecimento, algo pensado para que você aumente a empregabilidade", sugere.

… e adquirindo competências

"Tenho certeza que hoje nenhum profissional consegue se sentir completo apenas com sua graduação", relata a jornalista Clara Marinho. "Sempre procurei ficar antenada através de artigos, livros, pesquisas na web, mas a falta do debate no meio acadêmico uma hora pesa. Não procurei uma pós apenas pelo título em si. A troca de experiências e o ambiente são bastante válidos, sem contar que vejo a especialização apenas como o segundo batente de uma escada. E pretendo chegar ao final", afirma.

O consultor de TI, Umberto Rosti, mesmo formado em Administração, optou por melhorar suas competências como tecnólogo alinhando-as a sua capacidade de gestor. Agora pretende voltar às origens. "Estou bem inclinado a fazer uma pós na área de negócios para complementar minhas necessidades", disse. "Gostaria de fazer outra fora do Brasil, para o mercado seria um bom diferencial, mas temos aqui alguns bons cursos. Estou buscando tempo para entrar nessa jornada".

Formada em Psicologia, Nakabara pretendia seguir a carreira clínica quando resolveu optar pela área organizacional e fez uma especialização voltada para marketing de serviços. "Acabei focando minha carreira na área de pós-venda, de relacionamento com o cliente. Eu precisava entender mais essa parte do marketing da empresa, e aí fui buscar essa especialização", relata.

O leque de possibilidades de pós-graduação atualmente é enorme. Administração, inclusive, é um curso privilegiado nesse aspecto. Por conta de sua multidisciplinaridade, possui dezenas de especializações e MBAs que podem ajudar profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Basta apenas analisar as oportunidades disponíveis, escolher a do seu interesse e... bons estudos.

Pós-graduação, especialização ou MBA?

Tanto a especialização quanto o Master of Business Administration (MBA – mestre em Administração de Empresas), no Brasil, correspondem ao nível de pós-graduação lato sensu.
Ao optar por um curso lato sensu, é importante verificar se a instituição cumpre a carga horária mínima exigida pelo MEC, que é de 360 horas. Ao final do curso, o aluno recebe um certificado, e não um diploma. O Ministério disponibiliza uma ferramenta on-line com a relação de todas as instituições credenciadas (emec.mec.gov.br). Já o nível stricto sensu refere-se aos cursos de mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Minha empresa realiza treinamentos fora do horário do expediente e não paga hora extra

Por Max Gehringer, CBN

Se fizer uma busca na internet, encontrará várias sentenças de juízes condenando companhias a ressarcir os funcionários.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Alguns motivos pelos quais saber negociar é indispensável para o sucesso de qualquer profissional

Se você quiser que uma outra pessoa decida e aja a seu favor e não contra você, a negociação é o caminho


Por José Augusto Vanderley





O que pessoas, empresas ou nações são hoje é fruto das decisões e ações que fizeram no seu passado. E o que serão amanhã é fruto das decisões e ações que estão realizando no presente. O fato é que, queiramos ou não, estamos sempre decidindo, pois não decidir já é uma decisão. E como Peter Drucker sintetizava, “o produto final do trabalho de um administrador são decisões e ações”. Portanto, decisões e ações constituem a base de tudo. E o que é negociação? Negociação é o processo de influenciar as decisões e ações de outra pessoa. Portanto, se você quiser que uma outra pessoa decida e aja a seu favor e não contra você, saber negociar é o caminho. Assim sendo, saber decidir, negociar e agir são fatores essenciais para um líder ou administrador que busque excelência, resultados e sucesso.

Comecemos pela Microsoft. Logo no início, duas negociações foram fundamentais para a empresa ser o que é hoje. A primeira, foi a compra, por US$ 50.000, de um sistema operacional para microcomputadores, então na sua fase embrionária, o QDOS. A segunda, foi a venda para a IBM dos direitos de uso deste sistema que, após alguns desenvolvimentos, passou a se chamar MS-DOS. Mas só que na negociação com a IBM, Bill Gates incluiu uma pequena cláusula que os negociadores da IBM não deram muita atenção: a IBM não teria direito ao uso exclusivo do sistema operacional. Ou seja, o MS-DOS também poderia ser vendido e utilizado por outras empresas. E foi isto que fez toda a diferença. Portanto, em negociações detalhes e, às vezes, até uma vírgula, podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.

O fato é que, quer nos demos conta ou não, vivemos num mundo de negociações. São negociações de vendas, compras, comércio internacional, fusões, incorporações, joint-ventures e alianças estratégicas, entre outras. Isto sem considerar as milhares de negociações internas que são realizadas todos os dias numa empresa. Mas também existem as negociações na vida pessoal, social e afetiva. O casamento mesmo, é uma grande negociação. É por isto que há quem diga que passamos quase oitenta por cento do nosso tempo negociando. Assim, o sucesso de uma pessoa, nas várias esferas da sua vida, está intimamente relacionado à forma como ela negocia.

As duas abordagens de negociação

Quando se pensa em negociação, como em qualquer coisa da vida, deve-se começar considerando as abordagens. Existem duas principais: as fragmentadas e as holísticas. E qual a diferença entre elas? Sob a abordagem holística, podemos afirmar que o sucesso não é fruto de um só parâmetro, mas sim de um conjunto. A abordagem holística, que também é conhecida como gestáltica e sistêmica, parte de uma pergunta fundamental: quais são todas as condições necessárias e suficientes para o sucesso. Considera não somente este conjunto de partes, mas também os relacionamentos entre estas partes.

Já as abordagens fragmentadas não têm esta preocupação com o todo. Consideram um ou outro parâmetro e absolutizam este parâmetro. Em suma, tem formas muito simplistas, dogmáticas e, às vezes, até ingênuas de tratar as questões. Vejamos dois exemplos. O primeiro é a afirmação: “Você é do tamanho dos seus sonhos”. Se isto fosse verdade, as pessoas realizariam seus sonhos e promessas de fim de ano. Mas uma pesquisa feita pelo psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire no Reino Unido, constatou que 78% das pessoas falha no cumprimento de suas promessas. Assim, sendo, sonho é um dos parâmetros do tamanho de uma pessoa, mas existem outros como competências, crenças, paixão por vencer e estados mentais e emocionais.

Um outro exemplo é a expressão: “Nunca desista dos seus sonhos”. Às vezes não desistir de um sonho pode ter consequências fatais. Pepê foi um brasileiro que em 1981 foi campeão mundial de asa delta. E Pepê tinha um sonho, ser bicampeão. Só que no último dia da competição, as condições do tempo estavam péssimas e Pepê, que até então estava em segundo lugar, resolveu se lançar assim mesmo e acabou tendo um fim trágico.

Assim, vale a Oração da Sabedoria: “Dai-me força e competência para mudar o que pode ser mudado. Paciência para aceitar o que não pode ser mudado. E sabedoria para distinguir uma coisa de outra”. Ou seja, cada caso é um caso. E devemos ter uma visão global e nunca abrir mão da capacidade de pensar e refletir em função de frases de efeito e generalizações equivocadas. O problema é que parece que pensar dói. Isto que dizer que pensar, muitas vezes, importa em sair da área de conforto e procurar ver uma situação por diferentes óticas e matizes.

Negociação: uma competência completa

O que devemos ter em conta é que negociação é uma competência completa e não existe nada relativo ao ser humano que não esteja presente numa negociação. Desde aspectos de realidade interna, como crenças, motivação, valores, estados mentais e emocionais, temores, flexibilidade e paixão por vencer, passando por aspectos físicos, entre eles sono, respiração e relaxamento. Assim, quem não dorme bem acaba ficando sem energia e, como decorrência, tem a sua competência fragilizada.

Mas também existem aspectos de relacionamento como comunicação, linguagem, clima, confiança e estilo comportamental. Por falar nisto, qual é o seu estilo comportamental? Você é um catalisador, apoiador, controlador ou analítico? E como fazer para negociar com cada estilo de negociador?

Igualmente é necessário considerar o objeto da negociação sob a forma de conteúdo e processo. Conteúdo tem a ver com o assunto e o processo com a sequência como este assunto é tratado, ou seja, com o caminho a ser seguido. Em negociação não é verdade que todos os caminhos levam a Roma. Existem caminhos que levam para o céu, mas existem caminhos que levam para o inferno. Para considerar todo este conjunto de fatores desenvolvi o MIN - Modelo Integrado de Negociação.

As quatro formas de se fazer uma negociação

Existem 4 formas de se efetuar uma negociação que são: Solução de Problemas, Barganha Agressiva, Barganha Suave e Barganha Adaptada. E conhecer muito bem estas 4 formas é fundamental, pois não existe a melhor forma de se negociar, mas sim aquela que é a mais apropriada a cada contexto e situação. Assim, por exemplo, o tratado de Camp David, que foi assinado em 1979, e que selou a paz entre o Egito e Israel, só foi possível porque as negociações foram conduzidas na base da Solução de Problemas. Já os compradores de supermercado, utilizam com sucesso a Barganha Agressiva e os vendedores de automóveis a Barganha Suave. Algumas vezes pode ser muito eficiente a Barganha Adaptada, que se caracteriza pelo “nem para mim, nem para você, vamos rachar a diferença”. Nas negociações internas de uma empresa e na administração de conflitos, a melhor forma de se conduzir uma negociação é a Solução de Problemas, isto porque, a Barganha Agressiva leva ao Perde/Perde e as Barganhas Suave e Adaptada levam a soluções de pior qualidade. Portanto, é sempre bom enfatizar que só é possível sinergia numa empresa, se as negociações internas forem conduzidas na base da Soluções de Problemas.

O processo de negociação

Toda negociação é um processo e o processo constitui a espinha dorsal de qualquer negociação. Aliás tudo na vida também importa em processo, e a importância do conceito de processo foi identificado pela primeira vez por Kurt Lewin, o criador da dinâmica de grupo. Em negociação o processo é constituído por sete etapas que são Preparação, Abertura, Exploração, Apresentação, Clarificação, Ação Final e Controle/Avaliação. E sempre que você estiver negociando, quer você queira ou não, quer você se dê conta ou não, você sempre estará numa destas etapas. E de todas as etapas, a mais importante é a Preparação, pois como já dizia Benjamin Franklin, por volta de 1750, “quem não leva a sério a preparação de algo, está se preparando para o fracasso”. Portanto, quem quiser fracassar já sabe a receita.

Vamos a alguns pontos indispensáveis para uma boa preparação e, consequentemente, para uma boa negociação:

1) A avaliação da situação. Perguntaram para o megabilionário Warren Buffet qual a razão do seu sucesso e a resposta foi: “a minha capacidade de avaliar”. O fato é quem não sabe avaliar não vai saber separar o verdadeiro do falso brilhante e pode ter sérios problemas, como por exemplo, no caso do Boi Gordo, uma firma de investimento em gado, que prometia mundos e fundos, mas acabou lesando mais de 30 mil pessoas, sendo que algumas delas perderam as poupanças que haviam feito durante toda a vida. Foi o desenvolvimento da capacidade de avaliar, em função da negociação, que me permitiu escrever o artigo, “O Monge e o Executivo: Entendendo o Conteúdo, a Essência e Alguns Equívocos”, pois pude perceber coisas que normalmente escapam de quem não é treinado, entre outras coisas, a inclusão de uma citação de Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, que era a negação viva de tudo o que pregava o livro;

2) Para avaliar bem, é preciso saber interpretar, e um mesmo conjunto de fatos permite várias interpretações. E este é um grande problema, pois normalmente as pessoas se apegam à primeira interpretação, não levando em conta aquilo que Bertrand Russel recomendava, que era o julgamento adiado, ou seja, tenha cuidado com a primeira interpretação. Em negociação, o que vale não é a primeira interpretação e impressão, mas sim a última. A primeira pode ser equivocada em função de uma armadilha que foi plantada, justamente para fazer você se enganar. Assim, por exemplo, no Monge e o Executivo, logo no início do primeiro capítulo, John Daily, quando entra no seu quarto, encontra o irmão Simeão consertando um vazamento do vaso sanitário. John Daily ficou encantado com a humildade do irmão Simeão, afinal, um tremendo executivo consertando um vaso sanitário. Já a minha interpretação, tendo em vista o julgamento adiado, foi radicalmente distinta: “como é incompetente ou relapso este irmão Simeão”, pois afinal, no mosteiro só haviam 3 quartos de hóspedes e ele só percebeu o problema, ou foi consertar o vazamento, quando os hóspedes já estavam alojados. Isto sem considerar pergunta: “há quanto tempo já existia aquele vazamento?”. Além do que, segundo o livro, o irmão Simeão estava de quatro e ficar de quatro, decididamente, não é a melhor posição para se consertar um vaso sanitário;

3) A definição de objetivos. Toda negociação é para alcançar objetivos, ou seja, é importante saber e explicitar o que se quer. Existem três tipos de objetivos: acomodados, e quem espera pouco alcança pouco; alucinados, que são objetivos impossíveis de serem alcançados e acabam gerando frustração; e objetivos desafiantes e possíveis, e que obedecem aos princípios da boa formulação, como serem verificáveis, mensuráveis, significativos e relevantes, serem definidos no tempo e estarem no controle e no campo de possibilidades de quem os formula. Assim, viajar para Marte no próximo ano não é um bom ojbjetivo;

4) A preparação também deve levar em conta os pontos de vista de todas as partes envolvidas, bem como considerar uma análise de risco, isto porque, vivemos num mundo de probabilidades. Assim, deve-se considerar tanto o melhor, ou uma visão otimista, para que, caso o melhor aconteça possa ser aproveitado. Quanto o pior, ou seja, estar prevenido para o caso da lei da Murphy ocorrer, como foi o chamado Milagre do Rio Hudson, em que um avião, com 155 passageiros, saindo de Nova Iorque com destino a Charlotte, na Carolina do Norte, teve um sério problema quando pássaros entraram e danificaram uma das turbinas do avião, que não pode mais voar para o seu local de destino, tendo que pousar no Rio Hudson. Assim, numa negociação é importante estar preparado para o que der e vier e para isto criei uma tecnologia chamada Matriz de Preparação;

4) Sobre o que o outro faz. É sempre bom considerar que o que o outro faz é problema do outro. O seu é o que você deve fazer para alcançar os seus objetivos. Portanto, foco no que você quer, pois culpar o outro, reclamar do passado e outras coisas do gênero, só vão levar você a se afastar dos seus objetivos e a gastar energia inutilmente;

5) Esteja preparado para todas as etapas da negociação. Um dos erros mais frequentes é não levar em conta que a negociação não acaba quando se chegou a um acordo, mas sim quando o acordo for cumprido. Afinal, tem gente que promete e depois não cumpre;

6) Um outro ponto que deve ser considerado é que negociação não é apenas uma competência cognitiva mas sim cognitivo-comportamental. Isto quer dizer que os conhecimentos devem ser transformados em comportamentos, e isto se dá através de novos condicionamentos ou hábitos. E sem muito treinamento isto não é possível. É preciso pagar o preço. Ou como disse César Cielo, após ganhar medalha de ouro no Campeonato Mundial de Natação em Roma 2009: “Medalha de ouro com recorde mundial, a emoção é muito grande. É um sonho sendo realizado. Agora está doendo o corpo inteiro. Eu sabia que ia doer, mas está valendo muito a pena essa dor. É a maior alegria que eu poderia ter”.

Assim, tenha presente que existem duas abordagens de negociação, as fragmentadas e as holísticas. E de acordo com a abordagem holística, negociação é uma competência completa e não existe nada relativo ao ser humano que não esteja presente numa negociação. E quando você começar a compreender e praticar a negociação dentro desta perspectiva, desenvolvendo todas as competências necessárias e, consequentemente, o seu poder pessoal, ou seja, sua capacidade de agir e obter resultados, você vai ficar compreendendo por experiência própria uma frase de Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original”.

Fonte: Site Administradores

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Chega de mimimi nas salas de aulas de Administração


terça-feira, 2 de abril de 2013

Estímulos e provocações para empreendedores


Por  Renato Bernhoeft, 26 de março de 2013.

Uma das características marcantes de quem empreende é descobrir, ou transformar, em oportunidades, situações ou necessidades onde a grande maioria apenas enxerga problemas

Empreender é uma iniciativa, ou até uma arte, que não está necessariamente, vinculada ou dependente, das condições do meio em que ela ocorre. Existem muitos casos de empreendimentos muito bem sucedidos que surgiram em períodos de crise e recessão – tanto econômica como social -, da mesma forma que tantos outros foram criados em momentos de bonança ou euforia econômica.

O que os estudos ainda continuam mostrando é que a maioria dos empreendedores surge nas camadas mais desfavorecidas da sociedade. Ou seja, é bem mais raro o espírito, e até a iniciativa empreendedora, entre os membros da classe média ou entre famílias mais abonadas, com herdeiros que já nascem com uma vida muito mais cheia de facilidades. Sem a necessidade, ou estímulo, para conquistar algo pelos seus próprios meios ou determinação.

Especialmente se considerarmos que uma das características marcantes de quem empreende é descobrir, ou transformar, em oportunidades, situações ou necessidades onde a grande maioria apenas enxerga problemas.

Apesar de iniciativas e estímulos valiosos, como os oferecidos por entidades  tipo Endeavor, Sebrae, Senac, Sesi e algumas instituições de ensino profissionalizante, existem duas fontes permanentes de desestímulo ao espírito empreendedor.

Refiro-me a própria família, que de forma bastante convencional, e com base na própria história profissional dos pais e avós, tende a orientar seus descendentes para a idéia exclusiva do emprego formal. Seja ele público ou privado, mas sempre com a doce ilusão da segurança que uma carteira profissional assinada, ou a estabilidade de funcionário público, possam proporcionar.

A outra instituição que continua preparando, quase que exclusivamente para o emprego, é a própria escola, e o mundo acadêmico de uma forma geral. Reforçam, de uma maneira muito enfática, a necessidade de um detalhado planejamento prévio – desconsiderando a importância da iniciativa e intuição –  a tal ponto que a maioria das tentativas não ultrapassa os limites do papel.

Muitos sonhos, aspirações e planos já morrem no nascedouro. E não necessariamente pela escassez de recursos financeiros, mas pela falta de estímulos e autoconfiança.

Entre empreendedores podemos caracterizar dois tipos. Que embora tenham como ponto de partida algumas características em comum, ambos necessitam de tratamento e orientação que considere algumas diferenças significativas.

Refiro-me em primeiro lugar ao “lobo solitário”. Ou seja, aquela pessoa que tem ambições muito próprias, individualista e que sonha em ser “dono” do seu negócio.

Esta pessoa necessita desenvolver sistemas de auto-motivação permanente, além de também exercer uma liderança participativa, motivadora e de forte reconhecimento com sua equipe. Por menor que ela possa ser no início. E também necessita criar formas de relacionamento com fornecedores e clientes na busca de uma fidelidade que deve ser correspondida – mutuamente - em várias dimensões.

Deve tomar muito cuidado, para um adequado processo de crescimento, em não criar uma estrutura que se torne dependente da sua figura, carisma ou processo decisório. Muitos empreendedores deste tipo tendem a ser centralizadores, o que pode dificultar a formação de equipes com suficiente autonomia e grau de iniciativa.

Já quando falamos de empreendedores, que iniciam seu projeto em grupo, a principal preocupação no início deve ser a de fixar um Acordo ou Protocolo. O mesmo visa estabelecer, de forma bastante participativa, amplamente discutido e aceito por todos envolvidos, um conjunto de direitos e obrigações de tudo aquilo que envolve seu relacionamento como sócios, além do papel de gestores do negócio.

Importa saber que, na qualidade de sócios deve existir uma clara confiança para que os riscos e conquistas possam ser claramente compartilhados. Independentemente da proporção de cada um na sociedade. Já na qualidade de gestores suas atribuições, autonomia e relação hierárquica devem também estar fixadas e aceitas por todos. Tanto entre os mesmos como na relação com seus colaboradores.

Vale ressaltar que, da mesma forma como devem ser discutidos os resultados do negócio, é da maior importância que os sócios se mantenham atentos em avaliar, permanentemente, sua relação.

É bom lembrar que 70% dos negócios que desaparecem no Brasil, têm como causa principal conflitos societários – ou familiares – não resolvidos.

 Este artigo visa estimular o surgimento de empreendedores em um mercado cada vez com maiores oportunidades. E para quem busca uma alternativa diferente ao emprego formal. É apenas mais uma provocação.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/estimulos-e-provocacoes-para-empreendedores/69562/