Nos tempos de hoje sobrevive quem melhor se adapta ao meio em que interage. É uma seleção natural do mercado. Mudar, portanto, é preciso. Romper com os paradigmas do passado é sempre a melhor opção. Neste espaço destacamos o que garimpamos pela grande rede, em jornais, revistas e experiências profissionais. É um desfile de grandes pensadores sobre os mais variados temas relacionados à carreira e sucesso. Sejam todos bem vindos!
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Robin Wood às avessas
Fonte: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/robin-hood-as-avessas
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Qual o tamanho do seu vocabulário?
Por Júlio Clebsch
Editor da revista Liderança
publicado em 20/06/2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
O Idiota e a Moeda
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Julgar as pessoas... Cuidado!!!
Crônica da Loucura - Luis Fernando Veríssimo
O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim,somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.
O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.
Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido ,
3. Um senhor de uns cinqüenta anos e
4. Uma velha gorda.
Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do princípio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.
(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime . Deve gostar de uma branca, eos pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza.
O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala . Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatostambém pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas.Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assuou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro,abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava na quinta dezena em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.
Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.
- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
-"E você, não vai ter alta tão cedo...."