Banner

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A missão de educar, por Josnéia Lopes Martins da Silva

Nesta manhã me senti realizado, mais uma vez, em ser professor. Me deparo com um texto inteligente que caracteriza a essência da docência. Assim, compartilho com todos vocês.


"É maravilhoso estar convicta de que somente o educador tem em suas mãos a maior riqueza existente no mundo: a vida. Portanto, abraçar o sonho de proporcionar aos alunos uma educação de qualidade é deixar de lado o egoísmo e fazer da relação educador e educando um momento de crescimento e troca. O profissional da educação é um ser muito especial, e por ser tão especial não é mera profissão: é missão.

Missão essa aperfeiçoada constantemente por meio da busca pelo conhecimento, que torna um pesquisador do cotidiano que busca ajustar a teoria à prática. Segundo Morin, o educando só aprende sabendo sobre o contexto das sociedades, e o educador somente consegue ensinar respeitando o indivíduo como um todo.

O ensino ultrapassa, portanto, a simples transferência de conteúdos. Ensinar é deixar marcas, enfatizando que ensinar é função da escola, mais precisamente do educador que deixa marcas na vida do educando. Que marcas estão sendo deixadas aos estudantes? Construtivas? Significativas? Qual significado tem a escola na vida do educando? O que eles aprendem? O que ensinam? Qual a visão do educando sobre a escola? No momento, nosso aluno compreende que o importante é memorizar os conteúdos, para realizar avaliações e receber uma nota, concepção medíocre que muitas vezes é transmitida no espaço escolar. Desmistificar este conceito de que ensinar e aprender são processos de memorização é um dos grandes desafios do educador.

Nosso educando precisa aprender a ter prazer em ler, pensar, refletir, questionar, compreender, pois dessa forma existe a construção de conhecimentos significativos para a própria vida. É importante incitar a pesquisa, processo esse que deve ser ensinado e valorizado, pois assim estará se instigando a busca pelo conhecimento com autonomia.

Dessa maneira, a construção do conhecimento se dará coletivamente, enfatizando que este processo precisa acontecer de maneira em que todos se sintam parceiros do aprender a aprender. O educando precisa sentir que faz parte do dia a dia da escola. Na verdade, é ele a escola. Como cita Freire: “Escola é o lugar em que se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos, escola é, sobretudo, gente”. Portanto, educador e educando se completam, é essencial que exista vínculo entre ambos, pois devem ser parceiros na construção de ideais e conceitos. Lembrando que a escola é um ambiente de encontros, portanto, não deverá haver um olhar linear, pois cada um tem suas particularidades.

Cabe lembrar ao estudante que este precisa compreender e se conscientizar que deve ser um sujeito interativo e ativo no espaço da sala de aula. É necessário refletir, questionar, argumentar, formar sua opinião e expressá-la sem temer represálias vindas muitas vezes da própria turma.

Só existe aprendizagem quando há intenção entre educador, conhecimento e educando e vice-versa. Oportunizar um ensino com qualidade é possível, desde que exista competência, comprometimento, determinação e amor pelo trabalho desenvolvido."



Artigo extraído do Jornal A Notícia (AN.Opinião) de 11 de fevereiro de 2010. | N° 672

Um comentário:

Anônimo disse...

Este texto realmente é interessante.Faz pensar e refletir, sobre a busca do conhecimento e não apenas uma nota no boletim.